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Como pode a vida ser a flor,
Quando canta o peito e bate-se na dor.
Se a vida é o tempo e a saudade.
Se a saudade é o porto que debalde,
Espera atracar o barco que não vem.

Se a solidão é o consolo de quem tem
A esperança vã de agora e além,
Tornar-se de vencido em vencedor,
Quem sabe de oprimido em opressor.

Pois o que hoje cala o peito com rancor,
Pode amanhã transformar-se, com furor,
Em espada alucinada de fervor,
A brandir nos ares em tortura.

Não faça disto, a vida, uma bravura,
Pois que se agasta o ferro com a ternura
E a fúria se amaina com o amor.

Que seja então a vida uma aventura.
Que pronto à vida então se farte a dor.
Que a dor parta do peito, sem saudade,
Para que a vida enfim, seja uma flor...

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